O casal de professores Ellen e Bob Kaplan, da
Universidade de Harvard, ministrou curso de preparação de educadores, no
Impa (Instituto Brasileiro de Matemática Pura e Aplicada), no Rio de
Janeiro. O objetivo foi capacitar os profissionais a desenvolverem as
atividades do Círculo da Matemática, método desenvolvido pelos
professores americanos para incentivar o interesse de crianças na
disciplina e estimular o raciocínio lógico, por meio da discussão
coletiva dos problemas.
"A matemática precisa ser ensinada em
uma atmosfera sem pressão. Deve ser um diálogo entre amigos, tentando
juntos chegar à solução de um problema", defendeu Ellen Kaplan. "Os
matemáticos tendem a ser cooperativos, porque a matemática é difícil.
Quanto mais as pessoas trabalham juntas, mais elas constroem juntas".
No Brasil, reuniões semanais do Círculo da Matemática, com sete a dez
alunos cada, ocorrem em 60 escolas de sete cidades desde o ano passado e
devem chegar em breve ao Rio de Janeiro, a Duque de Caxias e a Porto
Velho. Cerca de 7 mil estudantes participaram. A coordenadora do projeto
no Brasil, Angels Varea, conta que os resultados aparecem em três
níveis.
"Vimos impactos do ponto de vista de a criança se sentir
com mais confiança para pensar e a descobrir, com maior conhecimento
matemático e com uma melhor socialização, aprendendo a escutar o ponto
de vista dos colegas. Elas começaram a participar mais", disse.
O
método dos professores Kaplan é apresentar problemas que requerem
raciocínio lógico dos alunos, provocando-os a resolver a questão, a
partir de sugestões de todos, em um clima de cooperação. Bob Kaplan
defende que o aprendizado pela busca do conhecimento é mais fixado do
que aquele passado diretamente pelos professores.
"Diga-me, e eu
esqueço. Pergunte-me, e eu descubro. Encontrar as respostas faz com que
tenham orgulho de si mesmos. Não é um embate do homem contra si mesmo,
ou do homem contra os outros homens. É um luta do homem contra os
deuses, os deuses da matemática", argumenta.
Silvia Maria Couto,
coordenadora técnica de matemática da Secretaria Municipal de Educação
do Rio de Janeiro, conta que a adoção da atividade em algumas escolas
ainda está em estudo, mas defendeu que novas perspectivas são positivas
para o avanço da educação: "Quanto mais ideias surgirem, melhor será o
nosso ensino. O aprendizado não é algo pronto; ele evolui com o mundo. A
todo momento temos que ir em busca do que está faltando.
No
encontro de hoje no Impa, o coordenador-geral da Olimpíada Brasileira de
Matemática das Escolas Públicas, Carlos Landim, que também é diretor do
instituto, lembrou que nesta semana será promovida a segunda fase do
concurso, que, de acordo com ele, busca identificar talentos por sua
capacidade de raciocínio, criatividade e abstração, e não pelo seu
conhecimento formal.
fonte: http://educacao.uol.com.br/noticias
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